Um
pai adota um filho.
CENA
1
(Os dois filhos e as duas filhas estão estudando. O pai chega do trabalho).
TODOS –
Olá Pai!
FILHO
1
– Estamos estudando, pai!
PAI
–
Que bom, meus queridos! Como vão os estudos?
FILHO
1
– Eu tirei dez na prova hoje.
1
FILHA – Eu tirei nove e meio. Na próxima eu chego lá.
2
FILHO – Como foi no trabalho, pai?
PAI –
É, meus filhos, a coisa não está nada boa. A gente tem que trabalhar cada vez
mais para conseguir alguma coisa.
FILHA
2
– Pai, eu preciso de dinheiro para comprar caderno e mais um livro.
FILHO
2
– Ah, eu também! Minha caneta e meu lápis já estão no fim.
FILHA
1
– Pai, veja meu sapato. Já está furado. Está na hora de comprar um novo.
PAI
–
Amanhã eu vejo isto para vocês. O que não pode acontecer é vocês pararem de
estudar. Para ter alguma coisa e ser alguém na vida vocês precisam do estudo.
(Os filhos e filhas saem. O
pai fica e faz um comentário)
PAI –
(à parte) É ... O tempo passa rápido. Os filhos e as filhas vão crescendo... Eu
estou ficando cansado e o trabalho é difícil. Os governantes não ajudam. Mas,
vale à pena lutar. Os filhos e as filhas são tudo o que tenho e são frutos
desta luta.
CENA
2
(O pai está comprando as coisas dos filhos e das filhas. Neste momento, chega a
ele um menino pobre e pede algo. O menor chama – se Toninho) .
TONINHO –
Por favor, me dê um pão. Estou com fome.
PAI
–
Onde você mora? Seus pais devem estar te procurando.
TONINHO –
Eu não tenho casa e nem pai. Eu fico por aí.
PAI –
Quer vir comigo? Na minha casa você vai ter comida e tem um monte de irmãos e
irmãs para você brincar.
TONINHO
–
Você quer ser meu pai? Então eu vou. (Toninho apresenta uma expressão de
alegria e felicidade)
PAI
–
Claro que sim. Vamos Lá!
CENA
3
(O pai voltando para casa com o menor Toninho).
PAI –
Olá filhos e filhas! Vejam quem eu trouxe para morar com a gente! Ele vai ser
como um filho meu e irmão de vocês.
FILHO
1
– Mas quem é ele, pai? De onde vem?
FILHA
2
– E a família dele, como fica?
PAI
–
Pelo que eu pude perceber, ele nunca teve família. A partir de hoje nós vamos
ser a família dele. Vocês vão me ajudar, não é mesmo?
FILHO
2
– Claro que sim, pai. Nós vamos ser como irmãos e irmãs para ele e ajudá – lo
nos estudos.
4
CENA
(Depois de passado um tempo, o pai já está velho, não conseguindo mais
trabalhar. Os filhos e filhas já estão formados, com diploma na mão e ótimos
empregos).
(Os dois filhos e as duas
filhas estão reunidos).
FILHA
1
– Bom, quem vai ficar com o pai? Eu não posso. Vou ter que viajar muito.
Jornalista é assim mesmo.
FILHO
2
– Ah, na minha casa não dá! Montei meu escritório de advocacia lá e não vou ter
tempo para olhar pra ele. E ... minha mulher, vocês sabem como é ...
FILHA
2
– Eu, como médica, não dá; pois é um corre – corre a vida que levo:
Consultório, hospital, cirurgia... Não vai dar mesmo!
FILHO
1
– O Toninho talvez (nesta cena, o Toninho já é um rapaz).
FILHA
2–
Como? Ele está sem emprego e nem terminou a faculdade.
(Neste momento, Toninho entra
em cena, chegando em casa com os livros na mão)
TONINHO – O
pai qual é o motivo da conversa?
FILHA
1
– Ah, já sei. Vamos colocá-lo no asilo. Lá eles vão cuidar dele. Ele vai fazer
amizade com os outros velhinhos e se acostumar logo.
FILHO
2
– Isso mesmo.
FILHA
1
– Vamos logo resolver este problema. Eu até conheço o asilo de Espigão, onde
certamente haverá uma vaga para nosso pai.
FILHO
1–
Eu já vou primeiro para ajeitar as coisas enquanto que vocês levam o pai.
(O filho e as filhas saem e
fica Toninho sozinho em casa).
TONINHO –
Que injustiça! Se pelo menos eu tivesse condições de cuidar dele. Mas isto não
vai ficar assim.
CENA
5–
(Toninho visita o pai no asilo).
TONINHO –
Olá pai. Como está tudo? O senhor está bem?
PAI
–
É triste, filho. A solidão é imensa! Meus quatro filhos nunca vêm me visitar.
Aqui, mesmo recebendo todo cuidado, nunca é como a casa da gente.
TONINHO –
Pai, isto não vai ficar assim! Eu ainda vou tirar o senhor daqui.
CENA
FINAL
(Toninho, depois de algum
tempo, quando terminou os estudos e arrumou um bom emprego, volta a visitar o
pai no asilo).
TONINHO
–
Pai, eu tenho uma ótima notícia. Primeiramente, quero lhe agradecer por tudo o
que o Senhor fez por mim. Obrigado! Eu terminei a faculdade e consegui um
emprego. Não é uma coisa muito boa, mas dá para se virar e sobreviver. Além
disso, como o senhor sabe, eu casei e consegui uma casa para morar. Sendo
assim, eu estava conversando com minha esposa e nós resolvemos levar o senhor
para morar lá em casa.
PAI
–
Que bom, meu filho. Eu fico muito contente com isso!
TONINHO –
Vamos para casa, pai? (os dois se abraçam e saem felizes).
FONTE:http://www.teatrocristao.net/texto/o_pai_valorizado