Para desenvolver sua
crítica sobre o modelo de educação reproduzida conforme o conformismo social,
ele utiliza vários conceitos dos quais compreenderemos a seguir.
Em seu primeiro capítulo
que tem como título “justificativa da pedagogia do oprimido”, Freire discute o
processo de desumanização causada pelo opressor a seus oprimidos. Ele relata,
que a forma de imposição que o opressor envolve o oprimido, e faz com estes
sejam menos, ou seja, vejam-se em condições onde ele precise do seu
usurpador. Neste capítulo Paulo Freire desenvolve dois conceitos importantes: o
conceito de revolução e de contradição.
Para ele uma revolução no campo da opressão, por buscar mudanças daqueles que
dominam, acabam gerando novos opressores e oprimidos. Já na contradição o
opressor se reconhece como o tal e o oprimido consegue vê-se subjugado por
outro. É a contradição que gera a consciência. Mas, o autor adverte que o
processo de desintoxicação da opressão deve acontecer de maneira cuidadosa para
que os opressores não venham a ser novos oprimidos.
O processo de liberdade
deve ser visto e sentido por ambas as partes. A libertação do estado de
opressão é uma ação social, não podendo, portanto, acontecer isoladamente. O
homem é um ser social e por isso, a consciência e transformação do meio deve
acontecer em sociedade.
Em todo o contexto de
seu livro, o autor busca mostrar como a educação no Brasil produz um fetiche
social, reproduzindo a desigualdade, a marginalização e a miséria. Ele coloca que o ensinar a não pensar é algo puramente planejado
pelos que estão no poder, para que possam ter em suas mãos a maior quantidade
possível de oprimidos, que se sentindo como fragilizados, necessitam dos que
dominam para sobreviver. Mas, como poderá o homem sair da opressão se os que nos “ensinam”
são também aqueles que nos oprimem? No desenvolver de seu livro, Paulo Freire
procurar conscientizar o docente do seu papel problematizador da realidade do
educando.
No capítulo II, a autor
discute “a
concepção bancária” da educação como instrumento de opressão. Seus pressupostos e
suas críticas. Ele traz a discussão de que é o professor quem faz o seu aluno
um mero depositário, ao considerar o aluno como incapaz de produzir
conhecimento, e desconsiderar-se como um ser em formação contínua.
Para Paulo Freire, ensinar a pensar e
problematizar sobre a sua realidade é a forma correta de se reproduzir
conhecimento, pois é a partir daí que o educando terá a capacidade de
compreender-se como um ser social. Um vez conhecendo sua situação na sociedade, o educando jamais
se curvará para a condição de oprimido, pois seu lema será a igualdade e por
ela lutará. A educação bancária, transforma a consciência do aluno em um
pensar mecânico, ou seja, em sentir como se a realidade social fosse algo
exterior a ele e de nada lhe aferisse. Já a educação problematizadora gera
consciência de si inserido no mundo em que vive e diz respeito à ideia de
que deve existir um intercâmbio contínuo de saber entre educadores e educandos,
com a intensão de que os últimos não se limitem a repetir mecanicamente o
conhecimento transmitido pelos primeiros.
Por meio do diálogo
entre professores e alunos, estabelecem-se possibilidades comunicativas em cuja
raiz está na transformação do educando em sujeito de sua própria história. É a
superação da dicotomia educador X
educando. Nesse processo de educação problematizadora, o professor aprende
enquanto ensina pelo diálogo de seus educandos, estimulando o ato cognoscente
de ambos, ou seja, ensina e aprende a refletir criticamente.
O processo de
educação é consciência humana, pois só os homens tem consciência de sua
incompletude e, por isso, busca compreender o mundo em que vive em sua
finitude. Mas, é no ser que transforma que ele percebe a sua importância,
portanto é na educação problematizadora que gera história que se humaniza a
sociedade.
O capítulo III tem como tema “a dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade” demostra o quanto é importante o desenvolvimento no diálogo no processo educativo. A comunicação é expressa pelas palavras e pela ação, por isso a verdade tem que está constante neste dois momentos de construção da educação, tanto do aluno quanto do professor. É isso que dá sentido ao mundo em que os homens vivem e se relacionam. O diálogo entre educador-educando começa em seu planejamento do conteúdo programático, quando questiona o que vai refletir com seus alunos. Mas esse conteúdo não pode estar dissociado do cotidiano dos alunos. Ele tem que ter uma relação com o que eles vivem no mundo atual. Tem que haver uma conexão real. Ensinar e aprender é uma constante investigação, porém Paulo Freire adverte para que não torne o homem, neste processo, um mero objeto de investigação. Que não se perca a essência do ser humano.
O capítulo III tem como tema “a dialogicidade – essência da educação como prática de liberdade” demostra o quanto é importante o desenvolvimento no diálogo no processo educativo. A comunicação é expressa pelas palavras e pela ação, por isso a verdade tem que está constante neste dois momentos de construção da educação, tanto do aluno quanto do professor. É isso que dá sentido ao mundo em que os homens vivem e se relacionam. O diálogo entre educador-educando começa em seu planejamento do conteúdo programático, quando questiona o que vai refletir com seus alunos. Mas esse conteúdo não pode estar dissociado do cotidiano dos alunos. Ele tem que ter uma relação com o que eles vivem no mundo atual. Tem que haver uma conexão real. Ensinar e aprender é uma constante investigação, porém Paulo Freire adverte para que não torne o homem, neste processo, um mero objeto de investigação. Que não se perca a essência do ser humano.
O capítulo IV trata da
“teoria da ação antidiagógica”, na qual descreve a importância do homem como
ser pensante de práxis sobre o mundo. A ação transformadora se faz pela
reflexão e ação. Demonstra também que um ser que se dedique a liderança
revolucionária da opressão não deve confundir seu papel de representante do
diálogo oprimido impondo o seu ponto de vista. Tem que levar a verdadeira
palavra daqueles que representa emergindo o novo em meio ao velho da sociedade
dominante. O caráter revolucionário dos oprimidos, em sua ação transformadora,
é uma ação pedagógica, da qual se emerge novas possibilidades de renovação
social.
Em sua descrição sobre o
sistema de opressão antidialógico, Paulo Freire descreve que são quatro os
elementos utilizados para a realização da dominação. A primeira delas é a
conquista, método pelo qual o opressor impõem jeitosamente sua cultura sobre o
opressor; A divisão das massas para poder dominá-las, pois, povo unido é sinal
de perigo de desordem social, esse é o discurso de quem oprime, por isso,
evita-se trabalhar conceitos como lutas, revoltas, união, etc. É pela
manipulação que os opressores controlam e conquistam as massas oprimidas para a
realização de seus objetivos. Também a invasão cultural é um instrumento
da conquista opressora. A minoria dominante impõem sua visão de mundo e todos
se guiam por ele.
Por fim, Paulo Freire
encerra esse capítulo colocando os elementos da ação dialógica, que
são a co-laboração, a união, a organização e a síntese cultural. A
co-laboração do diálogo, entende o outro como o outro e respeita a sua culturalidade.
A união da massa oprimida se faz necessária, e é papel do representante dessa
classe mantê-la unida para ganhar força de transformação. A organização é um
aporte da união das massas, mas é também um sinal de liberdade para os
oprimidos. A síntese cultural se fundamenta na compreensão e confirmação da
dialeticidade permanência-mudança, que compõem a estrutura social.
Portanto, compreendendo
a tese fundamental de Paulo Freire neste livro, vemos que ele elabora conceitos
pedagógicos pelos quais o educador deve enveredar-se para uma transformação no
contexto social de dominação que se dá através do processo de educar.
Opressores e oprimidos são vítimas da mesma inconsciência. A conscientização se
dá por um processo gradual em que se busca a liberdade sem produzir novos opressores
e oprimidos. Ele coloca uma revolução na estrutura social, através da qual o
homem como sendo de fundamental importância a sua existência no mundo, é capaz
de fazer sua história.
Ao analisarmos essa obra
de Paulo Freire, percebemos que até hoje, em nossas escolas, o conceito de
educação problematizadora ainda não conseguiu ser implantada. O professor
formador de conscientização vive um drama entre ensinar o que a pensar ou
cumprir com o currículo que lhe é imposto pelos órgãos educacionais. O tempo
lhe traga toda a esperança de uma conscientização social. Vive pesquisando para
preparar uma aula que muitas vezes os alunos nem param para ouvir por que
o conteúdo que o professor tem que cumprir não condiz com a realidade que seus
alunos vivem. Então
podemos entender que o sistema educacional de hoje também continua a disseminar
a opressão. Não por causa do professor, mas pelas condições de trabalho
que lhes é imposto. O educador hoje é tão vítima como o oprimido, pois é
meramente mais um deles.
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