O autismo é uma disfunção global do desenvolvimento. É
uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do indivíduo, de
socialização (estabelecerrelacionamentos)
e de comportamento (responder apropriadamente ao ambiente — segundo as normas que
regulam essas respostas). Esta desordem faz parte de um grupo de síndromes
chamado transtorno
global do desenvolvimento (TGD), também conhecido como transtorno
invasivo do desenvolvimento (TID), do inglês pervasive
developmental disorder (PDD). Entretanto, neste contexto, a tradução
correta de "pervasive" é "abrangente" ou
"global", e não "penetrante" ou "invasivo". Mais
recentemente cunhou-se o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA)
para englobar o Autismo, a Síndrome de Asperger e o Transtorno Global do
Desenvolvimento Sem Outra Especificação.[1]
Algumas crianças, apesar de autistas,
apresentam inteligência e fala intactas,
outras apresentam sérios problemas no desenvolvimento da linguagem. Alguns
parecem fechados e distantes, outros presos a rígidos e restritos padrões de
comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são
designados de espectro autista, indicando uma gama de
possibilidades dos sintomas do autismo. Atualmente já há a possibilidade de
detectar a síndrome antes dos dois anos de idade em muitos casos.[2]
Certos adultos com autismo são capazes de ter
sucesso na carreira profissional. Porém, os problemas de comunicação e
socialização causam, frequentemente, dificuldades em muitas áreas da vida.
Adultos com autismo continuarão a precisar de encorajamento e apoio moral na
sua luta para uma vida independente. Pais de autistas devem procurar programas
para jovens adultos autistas bem antes dos seus filhos terminarem a escola.
[Dica]: Caso conheça outros pais de adultos com autismo, pergunte sobre os
serviços disponíveis.
O autismo afeta, em média, uma em cada 88
crianças nascidas nos Estados Unidos,
segundo o CDC (sigla em inglês para Centro de Controlo e Prevenção de
Doenças), do governo daquele país, com números de 2008,
divulgados em março de 2012.[3] -- no Brasil, porém, ainda não há
estatísticas a respeito do TEA[4]. Em 2010,
no Dia
Mundial de Conscientização do Autismo, 2 de abril, a ONU declarou
que, segundo especialistas, acredita-se que a doença atinja cerca de 70 milhões
de pessoas em todo o mundo, afetando a maneira como esses indivíduos se
comunicam e interagem.[5][6] O aumento dos números de prevalência de
autismo levanta uma discussão importante sobre haver ou não uma epidemia da
síndrome no planeta, ainda em discussão pela comunidade científica[7]. No Brasil, foi realizado o primeio estudo de
epidemiologia de autismo da América Latina[8][9], publicado em fevereiro de
2011—com dados de 2010 --, liderado pelo psiquiatra da infância Marcos Tomanik
Mercadante (1960-2011), num projeto-piloto com amostragem na cidade paulista de Atibaia[10], aferiu a prevalência de um caso
de autismo para cada 368 crianças de 7 a 12 anos[8][9]. Outros estudos estão em
andamento no Brasil.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que
pessoas autistas vivem em seu mundo próprio, interagindo com o ambiente que
criam; isto não é verdade[11]. Se, por exemplo, uma criança
autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não
é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu
mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar,
manter e terminar adequadamente uma conversa, muitos cientistas atribuem esta
dificuldade à Cegueira
Mental[12], uma compreensão decorrente dos
estudos sobre a Teoria da Mente.
Outro mito comum é de que quando se fala em
uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada ou que sabe
poucas palavras (ou até mesmo que não sabe alguma). Problemas na inteligência
geral ou no desenvolvimento de linguagem, em alguns casos, pode realmente estar
presente, mas como dito acima nem todos são assim. Às vezes é difícil definir
se uma pessoa tem um déficit intelectivo se ela nunca teve oportunidades de
interagir com outras pessoas ou com o ambiente. Na verdade, alguns indivíduos com
autismo possuem inteligência acima da média.
A ciência, pela primeira vez falou em cura do
autismo em novembro de 2010, com a descoberta de um grupo de cientistas nos
EUA, liderado pelo pesquisador brasileiro Alysson Muotri, na Universidade da
Califórnia, que conseguiu "curar" um neurônio "autista" em
laboratório. O estudo, que baseou-se na Síndrome de Rett (um
tipo de autismo com maior comprometimento e com comprovada causa genética)[13], foi coordenado por mais dois
brasileiros, Cassiano Carromeu e Carol Marchetto e foi publicado na revista
científica Cell.[14][15]
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autismo