As lições de Cuba
Os
alunos cubanos tiram notas muito mais altas em exames internacionais que as
crianças de outros países latino-americanos, incluindo o Brasil. "A
educação de Cuba oferece à maioria dos alunos uma educação básica que somente
crianças de classe média alta recebem em outros países da America Latina",
explica o economista Martin Carnoy, da Universidade de Stanford (EUA), que
conduziu um estudo comparativo entre os sistemas educacionais do Brasil, Chile
e Cuba. Carnoy foi a campo e colheu evidências que jogam luz sobre os
principais problemas brasileiros. O resultado é o livro A vantagem acadêmica de
Cuba - Por que seus alunos vão melhor na escola, publicado no Brasil pela
Ediouro. Nele, Carnoy mostra que o ótimo desempenho dos estudantes cubanos é
resultado de um sistema educacional que dá oportunidades iguais para todos os
alunos, que estudam em um ambiente mais seguro e menos desigual que o
brasileiro.
Educação no país cubano é assim:
Não há no país nem mesmo meninos de rua. Os
órfãos, filhos de pessoas com deficiências mentais ou de pessoas presas, vivem
em instituições que lhes garantem alimentação, assistência médica e educação,
incluindo os estudos superiores. Mas eles não são exceção, já que 100% das
crianças e adolescentes cubanos frequentam a escola, que é obrigatória por nove
anos e segue sem custar um centavo até o nível universitário, onde até mesmo os
livros são gratuitos. A lei cubana obriga os pais a enviarem seus filhos à
escola. Se for considerado que este direito da criança foi violado, a pena para
eles pode ser até mesmo a perda da guarda do menor e outras medidas judiciais.
Nenhuma criança fica de fora da rede
educacional. Os cerca de 60 mil menores de idade com limitações físicas ou
psíquicas da ilha frequentam escolas especiais, onde, além de aulas, recebem
tratamento fisioterápico e atendimento psicológico, uma combinação que permite
com que eles desenvolvam ao máximo suas habilidades.