O nome páscoa surgiu a partir da palavra hebraica "pessach"
("passagem"), que para os hebreus significava o fim da escravidão e
o início da libertação do povo judeu (marcado pela travessia do Mar Vermelho,
que se tinha aberto para "abrir passagem" aos filhos de Israel que
Moisés ia conduzir para a Terra Prometida).
Ainda hoje a família judaica se reúne para o
"Seder", um jantar especial que é feito em família e dura
oito dias. Além do jantar há leituras nas sinagogas.
Para os cristãos, a Páscoa é a passagem de Jesus
Cristo da morte para a vida: a Ressurreição. A passagem de Deus entre nós e a
nossa passagem para Deus. É considerada a festa das festas, a solenidade das
solenidades, e não se celebra dignamente senão na alegria [2] .
Em tempos antigos, no hemisfério norte, a
celebração da páscoa era marcada com o fim do inverno e o início da
primavera. Tempo em que animais e plantas aparecem novamente. Os pastores e
camponeses presenteavam-se uns aos outros com ovos.
De todos os símbolos, o ovo de páscoa é o mais esperado pelas
crianças.
Nas culturas pagãs, o ovo trazia a ideia de começo de vida. Os povos
costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes boa sorte. Os
chineses já costumavam distribuir ovos coloridos entre amigos, na primavera,
como referência à renovação da vida.
Existem muitas lendas sobre os ovos. A mais conhecida é a dos persas: eles
acreditavam que a terra havia caído de um ovo gigante e, por este motivo, os
ovos tornaram-se sagrados.
Os cristãos primitivos do oriente foram os primeiros a dar ovos
coloridos na Páscoa simbolizando a ressurreição, o nascimento para uma nova
vida. Nos países da Europa costumava-se escrever mensagens e datas nos ovos e
doá-los aos amigos. Em outros, como na Alemanha, o costume era presentear as
crianças. Na Armênia decoravam ovos ocos com figuras de Jesus, Nossa Senhora
e outras figuras religiosas.
Pintar ovos com cores da primavera, para celebrar a páscoa, foi
adotado pelos cristãos, nos século XVIII. A igreja doava aos fiéis os ovos
bentos.
A substituição dos ovos cozidos e pintados por ovos de chocolate, pode ser
justificada pela proibição do consumo de carne animal, por alguns cristãos,
no período da quaresma.
A versão mais aceita é a de que o surgimento da indústria do chocolate, em
1830, na Inglaterra, fez o consumo de ovos de chocolate aumentar.
O coelho é um mamífero roedor que passa boa parte do tempo comendo. Ele tem pelo
bem fofinho e se alimenta de cenouras e vegetais. O coelho precisa mastigar
bem os alimentos, para evitar que seus dentes cresçam sem parar.
Por sua grande fecundidade, o coelho tornou-se o símbolo mais popular da
Páscoa. É que ele simboliza a Igreja que, pelo poder de cristo, é fecunda em
sua missão de propagar a palavra de Deus a todos os povos.
O cordeiro é o símbolo mais antigo da Páscoa, é o símbolo da aliança feita
entre deus e o povo judeu na páscoa da antiga lei. No Antigo Testamento, a
Páscoa era celebrada com os pães ázimos (sem fermento) e com o sacrifício de
um cordeiro como recordação do grande feito de Deus em prol de seu povo: a
libertação da escravidão do Egito. Assim o povo de Israel celebrava a
libertação e a aliança de Deus com seu povo.
Moisés, escolhido por Deus para libertar o povo judeu da escravidão dos
faraós, comemorou a passagem para a liberdade, imolando um cordeiro.
Para os cristãos, o cordeiro é o próprio Jesus, Cordeiro de Deus, que foi
sacrificado na cruz pelos nossos pecados, e cujo sangue nos redimiu:
"morrendo, destruiu nossa morte, e ressuscitando, restituiu-nos a
vida". É a nova Aliança de Deus realizada por Seu Filho, agora não só
com um povo, mas com todos os povos.
É uma grande vela que se acende na igreja, no sábado de aleluia. Significa
que "Cristo é a luz dos povos".
Nesta vela, estão gravadas as letras do alfabeto grego"alfa" e
"ômega", que quer dizer: Deus é princípio e fim. Os algarismos do
ano também são gravados no Círio Pascal.
O Círio Pascal simboliza o Cristo que ressurgiu das trevas para iluminar o
nosso caminho.
O girassol é uma flor de cor amarela, formada por muitas pétalas, de tamanho
geralmente grande. Tem esse nome porque está sempre voltado para o sol.
O girassol, como símbolo da páscoa, representa a busca da luz que é Cristo
Jesus e, assim como ele segue o astro rei, os cristãos buscam em Cristo o
caminho, a verdade e a vida.
O pão e o vinho, sobretudo na antiguidade, foram a comida e bebida
mais comum para muitos povos. Cristo ao instituir a Eucaristia se serviu dos
alimentos mais comuns para simbolizar sua presença constante entre e nas
pessoas de boa vontade. Assim, o pão e o vinho simbolizam essa aliança eterna
do Criador com a sua criatura e sua presença no meio de nós.
Jesus já sabia que seria perseguido, preso e pregado numa cruz. Então,
combinou com dois de seus amigos (discípulos), para prepararem a festa da
páscoa num lugar seguro.
Quando tudo estava pronto, Jesus e os outros discípulos chegaram para juntos
celebrarem a ceia da páscoa. Esta foi a Última Ceia de Jesus.
A instituição da Eucaristia foi feita por Jesus na Última Ceia, quando
ofereceu o pão e o vinho aos seus discípulos dizendo: "Tomai e comei,
este é o meu corpo... Este é o meu sangue...". O Senhor
"instituiu o sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para
perpetuar assim o Sacrifício da Cruz ao longo dos séculos, até que volte,
confiando deste modo à sua amada Esposa, a Igreja, o memorial da sua morte e
ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete
pascal, em que se come Cristo, em que a alma se cumula de graça e nos é dado
um penhor da glória futura" [3].
A páscoa judaica lembra a passagem dos judeus pelo mar vermelho, em
busca da liberdade.
Hoje, comemoramos a páscoa lembrando a jornada de Jesus: vida, morte e
ressurreição.
O bolo em forma de "pomba da paz" significa a vinda do Espírito
Santo. Diz a lenda que a tradição surgiu na vila de Pavia (norte da Itália),
onde um confeiteiro teria presenteado o rei lombardo Albuíno com a guloseima.
O soberano, por sua vez, teria poupado a cidade de uma cruel invasão graças ao
agrado.
Muitas igrejas possuem sinos que ficam suspensos em torres e tocam para
anunciar as celebrações.
O sino é um símbolo da páscoa. No domingo de páscoa, tocando festivo, os
sinos anunciam com alegria a celebração da ressurreição de cristo.
Os 40 dias que precedem a Semana Santa são dedicados à preparação para a
celebração. Na tradição judaica, havia 40 dias de resguardo do corpo em
relação aos excessos, para rememorar os 40 anos passados no deserto.
Na antiguidade os lutadores e guerreiros se untavam com óleos, pois
acreditavam que essas substâncias lhes davam forças. Para nós cristãos, os
óleos simbolizam o Espírito Santo, aquele que nos dá força e energia para
vivermos o evangelho de Jesus Cristo.
Fontes:
[1] Baseado na Coleção Descobrindo a Páscoa,
Edições Chocolate.
[2] A vitória da Páscoa, Georges Chevrot, Editora Quadrante, São Paulo, 2002
[3] Vida Eucarística, José Manuel Iglesias, Editora Quadrante, São Paulo, 2005
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